Archive for agosto 2013
‘Isto é um grande mito: a objetividade’
By : Alunos controversos
A
jornalista Flávia Lobo falou sobre a vida de jornalista, deixando
claro que não dá para ser 100% imparcial
Clara
dos Santos Barreto e Gabriela Novaes Feitosa
Formada
há 15 anos pela Universidade Federal Fluminense (UFF), a jornalista
Flávia Lobo disse que é impossível ser 100% imparcial numa
matéria: “é óbvio que a gente deixa a opinião de lado, mas não
dá para ser 100% assim”. Segundo Flávia quando
se formula as perguntas em uma entrevista, já se tem uma intenção.
Assim como, quando se vai gravar para a TV, as coisas não vão sair
de forma tão natural. “Primeiro que você já está lá com uma
câmera e um microfone na mão, não tem como passar despercebido. O
ambiente já vai mudar, porque você existe”, disse a jornalista,
convidada da última edição do Controversas.
Flávia
já trabalhou em diversas áreas do jornalismo: foi assessora de
imprensa em diversos segmentos, colaboradora da revista “Mulher de
Hoje”, da Bloch Editoras, e repórter da TV Canção Nova, antes de
prestar concurso para a MultiRio. “O jornalista tem que saber fazer
tudo, mas a gente tem que respeitar aquilo que é nossa aptidão,
para sermos felizes”, opina ela, que disse ter preferência pelo
trabalho de repórter de TV.
Sobre
suas experiências na área, Flávia contou que até já apanhou de
um mendigo, e que sabe diferenciar os barulhos de cada tiro. “No
Rio de Janeiro, você adquire uma expertise que nunca pensa em ter.
Só de ouvido sabe o que é um tiro de 12, um tiro de
metralhadora...” Mas, mesmo com tudo isso e com o salário baixo –
que já a fez pensar em desistir da carreira – se sente realizada
na profissão.
O
clima na redação da TV Empresa
Municipal de Multimeios do Rio de Janeiro (MultiRio)
era de agitação. Flávia estava dando dicas para uma jornalista e
uma estagiária sobre a matéria que elas iriam fazer. Em poucos
minutos a atual repórter da MultiRio nos recebeu na sala de reuniões
com um sorriso no rosto e, mesmo com a correria, – devido a volta
do feriado da Jornada Mundial da Juventude – nos disponibilizou uma
hora de seu tempo. Numa conversa tranquila, a ex-aluna da UFF fez um
resumo da vida de jornalista, ressaltando sempre que o jornalismo é
muito mais que saber escrever um bom texto.
Você
já trabalhou em diversas áreas do jornalismo, desde TV a revista
impressa. Com que área se identifica mais?
Existem
coisas que você mais do que gosta de fazer, você tem aptidão. Eu
sei editar, fazer assessoria de imprensa, chefiar, mas o que eu gosto
mesmo é de ser repórter. Mas nem todo mundo sabe ser repórter, às
vezes a pessoa é tímida. Talvez isso não seja muito discutido
dentro da faculdade: os talentos e as áreas dentro do jornalismo.
Porque, na verdade, o jornalista tem que saber fazer tudo, mas a
gente tem que respeitar nossa aptidão, para sermos felizes. Às
vezes a pessoa sabe escrever muito bem, mas não sabe fazer
entrevista, não sabe fazer pergunta, tem medo de se colocar. Isto é
o papel de um repórter: ter um perfil mais cara de pau. Existem
diferentes áreas para você trabalhar dentro do mercado. Hoje o
cliente que quer um produto rápido que comunique a empresa dele está
contratando jornalistas. Tem uma parte dentro da conspiração, por
exemplo, que é a conspiração corporativa. Lá são contratados
jornalistas, por terem uma capacidade de escrever um texto rápido,
coerente com uma linguagem que acessa todo mundo, desde o presidente
da empresa ao faxineiro. Além disso, jornalista tem que saber fazer
pesquisa.
Existem
muitas diferenças entre cada área?
O
modo de trabalhar numa revista é diferente do modo de trabalhar numa
assessoria de imprensa, que é diferente de televisão, do rádio, da
web e assim vai. Cada área tem suas especificidades, então é
preciso aprender a lidar com aquilo. Eu acho que, no caso da
assessoria de imprensa, privilegia-se quem já passou por redação.
Por exemplo, eu tenho um cliente, ele é um chef de cozinha que criou
um prato novo. Legal, mas como é que eu vou emplacar isso numa
redação? Óbvio que tem as editorias que segmentam isso, mas como é
que eu vou “vender”? Eu tenho que saber o que é importante para
aquele veículo que eu estou “vendendo”. Não adianta ter uma
pessoa super capaz na minha empresa, mas que não sabe falar. Essa
pessoa não tem espaço.
Quais
são as dificuldades encontradas em cada área?
Em
assessoria, o problema é que todo mundo acha que tem alguma coisa
para falar, que o produto tem que ser comunicado. As maiores
dificuldades em assessoria de imprensa são duas: uma é você tentar
convencer o jornalista que está na redação de que aquele seu
produto é pauta, é notícia. Porque às vezes não é... E não é
mesmo! Tem que saber se a pauta tem todos os critérios de
noticiabilidade: interesse público, impacto, prestação de
serviços, se de alguma maneira é novidade, inédito. Em
contrapartida, dentro do ambiente da assessoria, é tentar explicar
para o seu cliente que assessoria de imprensa não é publicidade,
não é um espaço pago! Então, às vezes o resultado não vai
pintar de uma hora para outra, vai aparecer a longo prazo. Por que
qual é o papel do assessor de imprensa? É fazer com que aquele
produto ou empresa que ele está representando se torne referência
naquele assunto, e isso leva tempo. Ninguém conquista uma imagem de
credibilidade da noite para o dia.
Em
impresso, o deadline
pro jornalismo que é factual é um empecilho mesmo. E isso é um
estresse. Na época, quando eu fui pra Bloch, foi um grande
aprendizado. Eu fui trabalhar em revista de moda. Havia duas revistas
femininas, que tratavam basicamente dos mesmos assuntos, só que para
dois públicos diferentes: a Desfile e a Mulher de Hoje. O papel
usado na Mulher de Hoje era muito vagabundo, era o papel jornal. A
gente chama de papel jornal porque ele é um couchê
mais fininho, não tem boa qualidade. Não se pode colocar fotos
grandes nesse papel, porque não fica bom. Não se pode ter um
espaçamento, nem uma tipologia, que evidencie o papel mais barato.
Tudo isso tinha na editoração, no design da revista. Inclusive
mexia com o design dos anúncios das revistas. Já, a Desfile, que
era para um público mais elitizado, que já tinha um poder de compra
na banca maior, tinha um couchê mais brilhante, uma gramatura mais
durinha, por isso, podia usar fotos maiores. Isso é um grande
aprendizado que passa batido na faculdade. E o meu trabalho leva em
consideração isso também. Outra coisa que, nessa época da Bloch
eu também aprendi, é a história dos anunciantes. Quem sustenta
televisão, rádio, impresso é anunciante! Não é comprador,
consumidor, não é você que liga na sua casa e vai ver Rede Globo.
Então, para que a sua revista, o seu meio de comunicação funcione,
tem que existir anunciante.
Quais
são as vantagens da televisão em relação aos outros meios de
comunicação?
A
televisão te dá a possibilidade de entrar na casa das pessoas, e
entrar com imagem. E contar histórias com imagem é muito
interessante, ainda mais se você tiver senso de responsabilidade no
que está passando e perceber o impacto social que isso tem. Meu
texto é construído levando em consideração a imagem o tempo todo.
Eu não posso fazer um texto cheio de nariz
de cera
ou contando as mesmas coisas que estou vendo. Televisão é algo que
dá muito trabalho. Não é fácil porque, por exemplo, em hard
news
sai o repórter, o cinegrafista e o motorista que faz as vezes de
auxiliar. É uma equipe reduzida. Inclusive um bom repórter tem que
ser muito parceiro do cinegrafista dele, senão um derruba o outro.
Porque eu posso querer citar coisas que ele não gravou e ele pode
filmar coisas que para mim não são interessantes. Então, em
televisão, o grande parceiro do repórter é o cinegrafista. Agora,
é um estresse mesmo, vocês estejam preparadas, porque vão ficar
muitas horas em pé, sem poder sair dali. Imagina, vocês saem para
ir ao banheiro e acontece alguma coisa, serão demitidas! Então, vão
ficar muitas horas em pé, vão apanhar chuva, apanhar calor, vão
apanhar de gente na rua... E, às vezes, não é nem manifestação
não, é porque se está exposto. Quando se tem uma câmera no ombro
e um microfone na mão, todo mundo para para te olhar. Uma vez,
saindo do IBGE, eu estava preparada para gravar e levei um soco nas
costas que eu fiquei sem ar! Passou um mendigo, me socou, falou “não
me filma não, porque eu não quero”, e foi embora. Quantas vezes
você vai fazer sonora, um Povo Fala, na época de Natal e umas
pessoas resolvem descontar a vida em você? Eu já caí dentro de
vitrine, no vidro. É preciso saber que se está literalmente
exposto! Está exposto a bala de borracha, e agora está todo mundo
comentando das manifestações, mas eu já cheirei muita bomba de gás
lacrimogêneo na vida. No Rio de Janeiro, você adquire uma expertise
que nunca pensa em ter. Só de ouvido sabe o que é um tiro de 12, um
tiro de metralhadora, um tiro de fuzil, tiro de pistola. São coisas
complicadas que o dia-a-dia te traz.
Como
você lida com essa rotina pesada de trabalhos e plantões? Como faz
para conciliar isso e a família?
Ah,
então, finalmente eu tenho vida! Mas, gente, esquece! Vocês não
vão ter mais Natal, Reveillon, Páscoa, sete de setembro... Sábado
e domingo também não. Porque, na verdade, pela lei da gente, temos
que trabalhar seis dias na semana. Então durante muito tempo eu não
tinha vida. E, detalhe, ter horário fixo em redação é um luxo.
Porque, sua rotina, basicamente, vai ser de manhã, de tarde e de
madrugada. É extremamente desgastante. A MultiRio não funciona nos
finais de semana, meu horário de trabalho é de 6h30 às 13h, então
consigo a tarde e a noite fazer mestrado. Eu consigo me programar,
mas isso é um luxo. Eu sei que sou a exceção da exceção. Então
a vida é assim. Ganha-se muito pouco, não tenham expectativa.
(risos) Mas, se vocês gostam, vão se realizar muito, porque tem seu
lado bom.
Você
acha que o uso do gravador intimida o entrevistado?
Não,
o gravador nem tanto. As pessoas se sentem à vontade para falar e um
bom repórter, um bom jornalista, tem que ser ético. Então se eu
falo: “olha, por favor, não publique isso”, não é para
publicar. Afinal de contas, eu estou te dando parte do meu tempo.
Então, essa história do entrevistado ficar à vontade, vai depender
de como você se comporta como jornalista. E um bom entrevistado tira
de letra isso rapidamente. Ele presta atenção o tempo todo no que
ele mesmo está falando para não dizer besteira. A câmera, sim,
intimida muito mais, porque as pessoas se sentem expostas. Além
disso, as pessoas são vaidosas e, de uma maneira geral, ninguém
gosta de ser avaliado, e com a câmera isso acontece.
Uma
entrevista por e-mail pode render tão bem quanto pessoalmente?
Não!
Primeiro que no e-mail não existe o bate-papo, tem só aquela versão
da pessoa. Além disso, e-mail tem uma coisa muito chata que é ter
que parar tudo que se está fazendo para sentar, digitar e poder
mandar. E segundo que nem tudo que é dito numa entrevista, o mais
importante, foi gravado ou foi enviado. O corpo fala, a ambiência
fala e, por isso, além do gravador, é importante sempre anotar. Em
que momento fulano fez uma pausa ou recolheu o corpo para trás? Se
afastar é um mecanismo de defesa. Existem coisas que têm que ser
levadas em consideração na hora de fazer uma entrevista, você me
faz uma pergunta e eu paro e faço assim (arqueou uma sobrancelha),
eu já estou te dando uma resposta antes de responder aquilo que eu
achei conveniente. Então, o gravador é importantíssimo, a câmera
é importantíssima, mas tem que anotar! Porque a anotação não é
só o acompanhamento. Apesar de que você também pode dar um azar e
perder tudo, por isso tem que ter tudo anotado. Além da
possibilidade de você ter um backup manual que ainda é eficiente,
você tem possibilidade de fazer anotações de coisas que você
percebeu em campo, e isso é extremamente importante.
É
difícil deixar a opinião de lado na hora de escrever uma matéria?
Isto
é um grande mito: a objetividade. É óbvio que a gente deixa a
opinião de lado, mas não dá pra ser 100% assim. A partir do
momento que eu paro para fazer uma entrevista e estou seguindo as
perguntas, eu já tenho uma intenção nelas. Há também uma
intenção naquilo que eu enquadro e na hora de escolher o peso que
eu vou dar quando for distribuir a matéria no impresso ou na web.
Nada é impune, mesmo que eu tente ser o mais distanciada possível.
Tem de existir uma tentativa consciente de se distanciar, de não
interferir, mas eu nunca vou conseguir. Porque primeiro, você já
está lá com uma câmera e um microfone na mão, não tem como
passar despercebido. O ambiente já vai mudar, porque você existe.
As pessoas já vão reagir de outra forma, porque você está ali.
Você já interferiu, quer queira, quer não. Então, eu acho que,
quando a gente escreve e é por isso que eu bati nessa tecla, no
Controversas, a gente não escreve sobre um achismo. Quem disse que
eu sou a pessoa certa? Ninguém sabe de nada! Então, quem disse que
o que eu estou falando é a verdade? Ela é uma parte dos fatos. Eu
vou tentar ouvir os dois lados, ouvir um terceiro ou um quarto para
que esse leque de possibilidades seja fechado e a conclusão seja
tirada por quem está me assistindo ou me lendo, que eu não induza
esse pensamento.
Você
já teve algum problema com chefias?
Não!
Não porque quando se tem bons argumentos, não tem como a chefia não
te ouvir. Se você está embasado e consegue provar que o que está
falando pode ser o melhor caminho,
a chefia vai te ouvir. Agora, a gente tem que aprender a respeitar
hierarquia. É complicado, mas não significa que você vai ser refém
disso. O diretor do programa ou seu editor quando pede alguma coisa,
sabe o que está pedindo, qual é a intenção daquilo, qual é o
impacto na comunidade, no próprio veículo que está representando,
e se for uma coisa que te agrida muito a vida, você pede demissão,
sabe?
Você
já pensou em desistir da carreira? Por quê?
Já,
porque ganha-se pouco. Eu pensei em fazer Direito, mas Jornalismo foi
uma coisa que eu sempre quis. Eu gosto!
Apesar
da rotina, você se sente realizada então?
Sim.
Eu não poderia fazer uma faculdade de direito à tarde? Poderia, mas
optei por fazer mestrado em educação, porque eu quero continuar com
mídia e educação, é uma coisa de que eu gosto muito. O que me
deixa realmente muito chateada é que paga-se muito pouco.
Principalmente, depois da queda da obrigatoriedade do diploma, todo
mundo acha que pode ser jornalista, mas o jornalista é muito mais
que saber escrever um bom texto. Tenham isso em mente! Ele é uma
pessoa extremamente perspicaz, inteligente, pertinente e que corre
atrás de seus objetivos. Tem uma série de qualificações
necessárias, porque não dá para todo mundo ser jornalista. Não dá
para ligar uma câmera e dizer assim “isso daí é a verdade”.
Não é por aí.
Você
teria alguma dica para nos dar?
Não
manda currículo por e-mail, tenta ir até o local que você quer,
primeiro porque fisicamente as pessoas veem que você está com
vontade de trabalhar. Acho que é importante isso. E a outra dica que
eu também dou é que vocês aproveitem que não pagam eletivas e
puxem disciplina das outras áreas. Porque a pior coisa é você ser
um jornalista burro. É importante ter uma ideia das coisas, faz
diferença no mercado. Para as portas do mercado se abrirem, é
importante saber a técnica. A prática vai se aperfeiçoando com o
tempo, mas pensar é a universidade que ensina.
Protestos em pauta
By : Alunos controversos
Jornalistas formados pela UFF voltam à universidade para debater sobre as recentes manifestações e o mercado de audiovisual
O Controversas Audiovisuais, edição reduzida do evento, lotou a sala Paulo Freire, na Faculdade de Educação, no campus do Gragoatá. No encontro, realizado no dia 16 de julho, foram debatidos temas como os atuais protestos ocorridos no país, com ênfase na cobertura jornalística. Os convidados também contaram um pouco de suas experiências profissionais na área do audiovisual e falaram um pouco sobre o mercado de trabalho.
A professora de jornalismo da UFF, Sylvia Moretzsohn, mediou a mesa, formada pelos ex-alunos Che Oliveira (Repórter Especial da Band), Claufe Rodrigues (Editor e Repórter da GloboNews), Roberto Petti (Gerente de Formalização e Beneficiamento de Conteúdo da GNT) e Flávia Lobo Antunes (Repórter da Multirio).
A professora de jornalismo da UFF, Sylvia Moretzsohn, mediou a mesa, formada pelos ex-alunos Che Oliveira (Repórter Especial da Band), Claufe Rodrigues (Editor e Repórter da GloboNews), Roberto Petti (Gerente de Formalização e Beneficiamento de Conteúdo da GNT) e Flávia Lobo Antunes (Repórter da Multirio).
Che Oliveira abriu a mesa mostrando imagens feitas durante a sua reportagem no último protesto em Niterói e contou como foi a cobertura. Che ressaltou que a imprensa se tornou alvo, nas últimas manifestações, o que dificultou o trabalho de cobertura. “Nas operações em morros e favelas, o alvo dos traficantes é o policial, dificilmente um jornalista está na mira deles. Já nos protestos, o jornalista passou a ser visto como inimigo dos manifestantes”, ressaltou. O repórter da Band acha que, apesar das pressões das chefias, no dia a dia das redações, há espaço para mostrar a realidade através das falas dos entrevistados, por exemplo.
Flávia Lobo discutiu a importância da checagem da informação antes que seja divulgada. Segundo a jornalista, tanto as mídias tradicionais como as alternativas costumam pecar na falta de apuração e muitas vezes divulgam dados enviados por colaboradores sem que as informações sejam confirmadas.
Flavia, que trabalhou anteriormente na rede de televisão católica Canção Nova, contou os problemas que enfrentava para abordar assuntos polêmicos para os católicos, como as campanhas pelo uso da camisinha. Ela disse que procurava maneiras de tocar em assuntos delicados sem agredir a linha editorial da emissora.
Em relação à linha editorial, os palestrantes falaram um pouco sobre as dificuldades e as rotinas do trabalho no audiovisual, sobre a questão do tempo na edição e a influência exercida na produção. Além disso, eles discutiram a questão do cerne da profissão e destacaram que o jornalismo não é uma prática utópica, mas sim realizada pela rotina das práticas de produção, que privilegia a informação e não o denuncismo. Por conta disso, é preciso ter cuidado com o tratamento dado à informação, que não é atribuído apenas à linha editorial do veículo.
Claufe Rodrigues, destacou o outro ponto da produção jornalística audiovisual: a cultura. Ele não cobriu as manifestações e se disse mais à vontade para falar sobre poesia. Para ele, os estudantes estão entrando no mercado muito despreparados e talvez isso se deva à saturação da área. Já Roberto Petti acredita que o mercado de trabalho será fortalecido nos próximos anos. Uma das áreas que vem ganhado espaço é a de produção de roteiros.
Ao final das palestras, os alunos participaram ativamente fazendo várias perguntas e colocações que enriqueceram o evento.
Ao final das palestras, os alunos participaram ativamente fazendo várias perguntas e colocações que enriqueceram o evento.